Suba a minha oração perante a vossa face como incenso, e as minhas mãos levantadas sejam como o sacrifício da tarde. {Salmos 141:2}

sábado, 12 de junho de 2010

separação


Há um quê de beleza na separação
Não sei por que a surpresa
A vida é partida e chegada
Nisto reside a sua beleza

Acaso há olhar mais lânguido
Do que aquele que, ansioso,
Vê o amado, indiferente, passar?
Há, porventura, cena mais comovente
Que uma moça na janela a chorar?

Na ausência mora algo de delicado
Uma súbita revelação do ser que habita
O mais profundo da alma
Este ser que tudo perscruta e tudo conhece
Que já pressentia a partida
Muito antes que acontecesse

6 comentários:

  1. Lendo esta 'Separação' até meu vazio fica cheio (de si) ^^'
    Bjo Rê-falda.

    ResponderExcluir
  2. FAÇA UM CONTO INÉDITO. E QUE SEJA O MELHOR QUE JÁ EM TODO ESSE ENCANTAMENTO QUE VOCÊ INSISTE EM CHAMAR DE VIDA.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom Tia Rê. Como sempre, arrasando. A oposição que completa a vida está encarnada em todos os planos de nossa existência (homem/mulher, morte/vida, língua/fala). Achei profundíssimos os versos:

    "A vida é partida e chegada
    Nisto reside a sua beleza"

    Traduzem bem, pelo menos para mim, essa ideia de opostos. Sem dúvidas, é nessa característica antagônica que mora a beleza desse “não-sei-o quê” que concretamente estamos presos até a alma, e que decidimos chamar de vida.

    Tenho profundo orgulho de estudar com um dos mais promissores talentos de nossa literatura. Creio, com absoluta certeza, que um dia, em conversa com amigos, direi: " Eu estudei com Renata" cheio de orgulho, claro!!!


    Com profunda admiração,

    Luís Henrique

    ResponderExcluir

Vou adorar saber o que você achou. Fique à vontade :)