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Mostrando postagens de 2011

O maior risco da vida

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"O maior risco da vida, e mais perigoso, é amar; que morrer é acabar, e amor não tem saída. E pois penado, ainda que seja amado, vive qualquer amador; que fará o desamado e sendo desesperado de favor?" Gil Vicente, em O velho da horta
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Ah, quanta vez, na hora suave Em que me esqueço, Vejo passar um voo de ave E me entristeço! Por que é ligeiro, leve, certo No ar de amavio? Por que vai sob o céu aberto Sem um desvio? Por que ter asas simboliza A liberdade Que a vida nega e a alma precisa? Sei que me invade Um desejo, não de ser ave, Mas de poder Ter não sei quê do voo suave Dentro em meu ser. Fernando Pessoa ortônimo - Cancioneiro

Calma...

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Não somos mais Que uma gota de luz Uma estrela que cai Uma fagulha tão só Na idade do céu... Não somos o Que queríamos ser Somos um breve pulsar Em um silêncio antigo Com a idade do céu... Calma... Tudo está em calma Deixe que o beijo dure Deixe que o tempo cure Deixe que a alma Tenha a mesma idade Que a idade do céu... Não somos mais Que um punhado de mar Uma piada de Deus Um capricho do sol No jardim do céu... Não damos pé Entre tanto tic tac Entre tanto Big Bang Somos um grão de sal No mar do céu... Calma... Tudo está em calma Deixe que o beijo dure Deixe que o tempo cure Deixe que a alma Tenha a mesma idade Que a idade do céu A mesma idade Que a idade do céu... A mesma idade Que a idade do céu... (A Idade do Céu - Paulinho Moska)

A ordem das árvores não altera os pássaros

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GRAFIA 1 Água significa ave se a sílaba é uma pedra álgida sobre o equilíbrio dos olhos se as palavras são densas de sangue e despem objectos se o tamanho deste vento é um triângulo na água o tamanho da ave é um rio demorado onde as mãos derrubam arestas a palavra principia --- ♫♪ Naquele curió mora um pessegueiro Em todo rouxinol tem sempre um jasmineiro Todo bem-te-vi carrega uma paineira Tem sempre um colibri que gosta de jatobá Beija-flor é casa de ipê Cada andorinha é lotada de pinheiro e o joão-de-barro adora o eucalipto A ordem das árvores não altera o passarinho Naquele pessegueiro mora um curió Em todo jasmineiro tem sempre um rouxinol Toda paineira carrega um bem-te-vi Tem sempre um jatobá que gosta de colibri Beija-flor é casa de ipê Cada pinheiro é lotado de andorinha e o joão-de-barro adora o eucalipto A ordem das árvores não altera o passarinho ♫♪ [Fiama Hasse Pais Brandão e Tulipa Ruiz, respectivamente]

Eu

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Eu sou a que no mundo anda perdida, Eu sou a que na vida não tem norte, Sou a irmã do Sonho, e desta sorte, Sou a crucificada... a dolorida... Sombra de névoa tênue e esvaecida... Que o destino amargo, triste e forte Impele brutalmente para a morte! Alma de luto sempre incompreendida! Sou aquela que passa e ninguém vê... Sou a que chamam triste sem o ser... Sou a que chora sem saber porquê... Sou talvez a visão que Alguém sonhou, Alguém que veio ao mundo pra me ver E que nunca na vida me encontrou! Florbela Espanca (admiro tanto que digitei quase todo de memória ^^~)

Os anos felizes

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Eu tlim ciências Tu tlim matemáticas Ele tlim trabalhos manuais Nós tlim recreio Vós tlim senhora Eles tlim castigo Pintura e poema do poeta surrealista português Mário Cesariny

Sorte Grande

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O amor tem qualquer coisa de sorte De acaso, felicidade súbita Pois é tão raro encontrá-lo Como tirar duas vezes A mesma face de um dado É que o amor é o Sublime E como tal, não pode ser vulgar Corriqueiro O amor é o encontro e o encontro é sagrado O amor é o desencontro e o desencontro é necessário O amor nos faz achar que tudo estava escrito Ou não Renata Ribeiro

4º Motivo da Rosa

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Não te aflijas com a pétala que voa: também é ser, deixar de ser assim. Rosas verás, só de cinza franzida, mortas intactas pelo teu jardim. Eu deixo aroma até nos meus espinhos, ao longe, o vento vai falando em mim. E por perder-me é que me vão lembrando, por desfolhar-me é que não tenho fim. Cecília Meireles , in Mar Absoluto e outros poemas . ..:: Recomendo o estudo deste poema feito por Maria Luiza Ramos em RAMOS, M. L. O sentimento do eterno. In: ______. Fenomenologia da obra literária . 2. ed. Rio de Janeiro - São Paulo: Forense, 1972, p. 214-221. ::..