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Mostrando postagens de maio, 2008

A incapacidade de ser verdadeiro

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Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: “Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia”. Carlos Drummond de Andrade : D

A cidade do sol - apenas impressões pessoais

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Uma madrugada, nada demais No dia seguinte não há aula E a história precisa continuar Como um filme no cinema, Que não tem intervalo. Os meus olhos brilham junto Com os de esmeralda de Laila, e não crêem Ao ler o nome "Tariq", ficando tão ou mais sem fôlego do que ela ao ver seu amor Depois de tanto tempo... Tanto sofrimento... A dor, a coragem e a abnegação de Mariam A morte merecida de Rashid O amor de uma vida inteira, sensato e louco, De Laili e Majnoon; Laila e Tariq. O pressentimento do que iria acontecer a Nana... Todo o meu ser devorou este livro E as suas palavras ainda estão Ressonando no meu coração Essa bela história, que ficará em minha memória Assim como a revolta por uma guerra sem vitória... Sem vencedores e sem sentido.... [Não tenho palavras: é lindo!]

As águas de minha vida

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Num mar de saudade Memórias inquietantes me inundam Sonhos afogados me perturbam Quimeras doutra cidade.... Quando nasci, era um rio transparente Que pela força da corrente Foi deixando-se levar Eu era uma límpida nascente Uma criança inconseqüente Livre dos perigos do mar Mas poluíram-me a alma em dissabores Falsas promessas, falsos doutores, Querendo o meu rio assorear Os sedimentos, as folhas caídas As flores das primaveras vividas, Tudo caminha para a foz: O oceano - destino atroz! Onde tudo irá se misturar...

A Flor Bela dos sonetos de oiro

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Se tu viesses ver-me... Se tu viesses ver-me hoje à tardinha, A essa hora dos mágicos cansaços, Quando a noite de manso se avizinha, E me prendesses toda nos teus braços... Quando me lembra: esse sabor que tinha A tua boca... o eco dos teus passos... O teu riso de fonte... os teus abraços... Os teus beijos... a tua mão na minha... Se tu viesses quando, linda e louca, Traça as linhas dulcíssimas dum beijo E é de seda vermelha e canta e ri E é como um cravo ao sol a minha boca... Quando os olhos se me cerram de desejo... E os meus braços se estendem para ti...