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Mostrando postagens de 2020

Casas de Alcântara

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Nas casas de Alcântara Repousam mistérios Que nem em séculos Se poderiam conhecer Que terá sido este prédio? Que terá visto essa ruína? A nossa alma rumina Imagina, em meio ao tédio Al qantarah, ponte cristalina Cântaro de fantasia Portal entre o ser e o não ser Inebriado de maresia Nas casas pequenas, multicoloridas Dançam fantasmas do passado Lágrimas, açoites e martírios Casa grande e senzala, lado a lado Ressoam tambores de assombros etéreos Caçoam as almas dos sonhos de eterno... ~Renata Ribeiro~

O nosso olhar "caducou"

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Uma amiga me mandou aquele vídeo que tem circulado na internet, do psicoterapeuta Leo Fraiman falando sobre como a nossa sociedade "caducou" e  de como as necessidades de afeto que estavam "gritando" sob a forma de depressão, ansiedade e suicídios estão vindo à tona agora, dentro de cada lar. A fala dele fez pensar não só a mim, mas a muita gente, dadas as expressões faciais das pessoas presentes no programa e o número de compartilhamentos.  Fez pensar sobre como as relações têm sido terceirizadas, protocoladas, deixadas para depois. Sobre como a nossa capacidade de conviver tem diminuído. Sobre como a tecnologia tem tomado o espaço do real. Nada disso é novidade, mas ganhou uma proporção tão grande e insuportável que fomos obrigados a ver "o elefante na sala". A ver que temos uma sala a ser preenchida por pessoas. Uma sala de estar . De estar presente com pessoas. Redundância? Ao que parece, a ênfase nos significados das palavras se tornou necessá...

Naquele jardim secreto

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Naquele jardim secreto Onde éramos só tu e eu Ali eu quisera encontrar-te Ali eu quisera ouvir-te Continuamente te esperava No silêncio das manhãs No romper da alva Eram esperanças vãs Pois ali não entravas Eu quisera tantas vezes Preencher-te de palavras Continha-me com dizeres Nos dias que mal rezavas Nas tempestades e tormentas Ali nunca te abrigavas Como se te esquecesses Por teus caminhos erravas E quando tudo restou vazio Eu ainda estava ali Foi quando raio luzidio Encontrou espaço em ti Pétalas foram, pouco a pouco, Se abrindo em teu coração, A todo o passado mudo e mouco, Dando ouvidos só à razão Bétulas, flores, tudo em torno Ajustava-se à criação E logo já eras jardim de novo Canal de luz e irradiação Assim tens sido jardim regado Meu rio de vida passa por ti A tua sede tens saciado E tu a outros sacias por mim Agora sabes que o jardim secreto Onde somos só tu e eu É onde habito-te por completo Onde já não te b...