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Poeta, poeta, não podes

Desarrumar as terras do mundo. Poeta, podes fazer. Arrumar sem limites de pátria! Poeta, podes fazer. Derramar azeite no mar, plantar flores no topo dos montes, plantar trigo nos vales do mundo. Poeta, podes fazer. Abrandar os tufões dos espaços, acabar com os tiranos do mundo. Poeta, podes fazer. Extinguir a palavra de Deus. afastar a Verdade da Terra. Poeta não podes fazer. Jorge de Lima

momento "prosaico" ; )

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. ele teve vontade de ligar... Discou os quatro primeiros números e, após refletir um momento, recolocou o telefone no gancho. "Em castelos de cartas é melhor não tocar, muito menos realizar movimentos bruscos quando deles se está muito perto", ele deve ter pensado. Ela também sabia o que isso significava. O que fazer com o que estava querendo dizer? E o que era, afinal? Nem ele, nem ela saberiam explicar. Talvez fosse apenas o impulso de voltar aos velhos hábitos... O telefone toca. - Alô? Não, você ligou errado. Não, não mora aqui. De nada. Algo toca suavemente a sua pele. É a cortina, que acaricia o solitário da noite e tenta aquecê-lo da corrente de ar frio que entra pela janela. Inútil: o solitário tem uma inclinação pela noite, pelo frio, pela melancolia. Aproxima-se, então, da fonte de vento, senta-se, abre os braços... O que ele está fazendo? Parece desequilibrado... Será que...? Se há realmente identificação entre os elementos da natureza e nós, seres humanos, o ve...

Um dia

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Um dia, então, descobrimos Que o tempo passou E o que ficou Foi alguém mais forte Mais seguro. Mais completo. Que valeu a pena Passar pelo vale Para chegar Ao pico do monte Abrir os braços, Sentir o Sol, o vento, O horizonte Sentir que estamos prontos Para o que vier. Estaremos firmes.
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Uma janela se abrindo Um raio de sol Cheiro de flores - Passou. Um abrir de asas Um sair de fininho Emoção de amantes - Acabou. Um enxugar de lágrimas Um verso de sátira Olhar de infantes - Mal posso acreditar... Um respirar profundo Um desejo oculto Cura de dores - Recomeçar!

Que venham as estações...

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If I was young, I'd flee this town I'd bury my dreams underground As did I, we drink to die, we drink tonight Far from home, elephant gun Let's take them down one by one We'll lay it down, it's not been found, it's not around Let the seasons begin - it rolls right on Let the seasons begin - take the big king down Let the seasons begin - it rolls right on Let the seasons begin - take the big king down And it rips through the silence of our camp at night And it rips through the night And it rips through the silence of our camp at night And it rips through the silence, all that is left is all that i hide .[Elephant Gun - Beirut :: que pena não poder postar música aqui... ]

- ausência .

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Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silencios...

O drama de amar

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Se "beijos não são contratos" A vida é feita de atos E nós vivemos a encenar Nossas máscaras de agradar Desfazem-se em lágrimas Numa comédia tão trágica Acaba-se todo um sonhar Para onde vai todo o esforço Em fazer alguém feliz? Resume-se a um esboço No chão, riscado com giz... O cenário logo escurece As cortinas fecham-se rápido E com o tempo se esquece A beleza do primeiro ato O outro já não nos enternece E então, saímos pela coxia Deixando no palco o sonho e a magia De um tempo que não volta mais. :: renatinha lima ~ 12.11.08