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Que venham as estações...

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If I was young, I'd flee this town I'd bury my dreams underground As did I, we drink to die, we drink tonight Far from home, elephant gun Let's take them down one by one We'll lay it down, it's not been found, it's not around Let the seasons begin - it rolls right on Let the seasons begin - take the big king down Let the seasons begin - it rolls right on Let the seasons begin - take the big king down And it rips through the silence of our camp at night And it rips through the night And it rips through the silence of our camp at night And it rips through the silence, all that is left is all that i hide .[Elephant Gun - Beirut :: que pena não poder postar música aqui... ]

- ausência .

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Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silencios...

O drama de amar

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Se "beijos não são contratos" A vida é feita de atos E nós vivemos a encenar Nossas máscaras de agradar Desfazem-se em lágrimas Numa comédia tão trágica Acaba-se todo um sonhar Para onde vai todo o esforço Em fazer alguém feliz? Resume-se a um esboço No chão, riscado com giz... O cenário logo escurece As cortinas fecham-se rápido E com o tempo se esquece A beleza do primeiro ato O outro já não nos enternece E então, saímos pela coxia Deixando no palco o sonho e a magia De um tempo que não volta mais. :: renatinha lima ~ 12.11.08

Fidelidade

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Quero encontrar o amor que nunca tive Gestos novos, palavras nunca ditas Emoções corriqueiras e inimagináveis Quero encontrar a novidade, enfim Num amor que não cabe em mim No meu medo das coisas estáveis Leiamos uma vez mais Os livros que já lemos juntos Renovemos nossos assuntos Diminuamos nossos “ais” Deixa-me adoçar teu café Fazer-te um agrado, um cafuné Que nos faça esquecer quem somos Que nos faça lembrar os sonhos Refletir-me sempre nos mesmos olhos Com uma dose a mais de ternura Sentir sempre as mesmas mãos Com o toque inesperado de candura Beijar sempre os mesmos lábios Esgotando-os em carinho e fartura O amor que nunca tive é, ao fim, O amor que sempre tive em mim É a paixão que se transformou Na suave (in)constância do amor. 16.10.08 ; renatinha limaa ~ *
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O sol enegrecido a que minha vida se assemelhou outrora Perdeu-se lá atrás, rasgou-se na aurora, Explosão de novos sonhos a brilhar e a surgir Seus raios esticam-se, espalham-se, Penetram em todas as frestas Do telhado, da janela, do olhar,do entendimento Vêm trazendo um Presente A quem se dispõe a admirar Um minuto apenas, alguns segundos E o cálido beijo-abraço do astro-rei Já se pode sentir Forma-se a mensagem na mente: "É... preciso... seguir... em frente." "É... preciso... recomeçar." No coração, no espírito, como quiser chamar O Presente do Eterno é entregue, E as águas do mar tornam-se em límpida nascente Água viva que reluz e que flui da gente Gotículas de alegria no ar A Misericórdia, novinha em folha, É deixada no coração cuidadoso Até a próxima manhã Quando o entregador luminoso Vier trazer a encomenda novamente.

Autopsicografia ~ Fernando Pessoa

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O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração .

Ética

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Certo dia, estava eu perto do fim da fila do Restaurante Universitário, já me preparando psicologicamente para esperar bastante, quando meu desconhecido colega da frente, que depois descobri ser do curso de filosofia, interrompe meus pensamentos com o seguinte comentário: - É impressionante como esse pessoal fura a fila, não é? - Ah, é! Eles vão entrando, na maior “cara-de-pau”. - Imagina só que profissionais serão esses... Eu vou continuar fazendo a minha parte. - É verdade, mas se a pessoa que for passada para trás não reclamar, tudo vai continuar como está. Nós também temos que mudar a nossa atitude. - As pessoas já estão acostumadas. O errado, quando é conveniente, se torna certo, ou no mínimo menos errado. Meu colega tirou um livro da mochila e começou a lê-lo, dando aqueles sinais não-verbais, porém inconfundíveis, de fim de conversa. Eu fiz o mesmo, mas meus pensamentos continuavam no assunto. Eu me perguntava, então: “Se em um ambiente elitizado como uma universidade, onde se s...