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Mostrando postagens de agosto, 2011
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Ah, quanta vez, na hora suave Em que me esqueço, Vejo passar um voo de ave E me entristeço! Por que é ligeiro, leve, certo No ar de amavio? Por que vai sob o céu aberto Sem um desvio? Por que ter asas simboliza A liberdade Que a vida nega e a alma precisa? Sei que me invade Um desejo, não de ser ave, Mas de poder Ter não sei quê do voo suave Dentro em meu ser. Fernando Pessoa ortônimo - Cancioneiro